domingo, 22 de maio de 2011

REBELDIA X OBEDIÊNCIA

A Bíblia, de livro em livro, de autor a autor é conclusiva no seguinte: Deus é o mesmo ontem. É o mesmo hoje. E, é o mesmo amanhã e para todo o sempre. Em toda a narrativa podemos perceber que Deus sempre agiu em favor de seu povo. Hoje, em pleno século XXI, nós que vivemos na transição entre os séculos XX e XXI, temos ouvido muito sobre o estarmos vivendo a “Era da Graça”.
Pessoalmente, a partir de minha leitura da Palavra de Deus, creio piamente que a Bíblia, como um todo, só trata de expressar a Graça de Deus. Vemos essa graça revelada desde o momento e que Deus deliberou, espontaneamente criar o mundo e tudo o que nele há e decidiu em um “Concilio Celestial” formar o homem. Mas, aí que vem o ápice: resolveu formar o homem à sua imagem, conforme a sua semelhança. Feito isso, deu-lhe o livre arbítrio, deixando-o livre para amá-Lo ou rejeitá-Lo.
Desse momento em diante passou então a mostrar mais graça, pois buscou continua e diuturnamente desenvolver um relacionamento íntimo e pessoal com o homem que criara. Relacionamento esse caracterizado não pelo fato de a criatura se auto-evoluir até ao status de poder ter as condições e as qualificações ideais para que pudesse adquirir os méritos que lhe permitiria aproximar do seu Criador. Ao contrário. Todos os dias era o Criador quem se “rebaixava” e deixava seu trono e vinha até ao homem para poder falar-lhe e ouvir-lhe. Caminhar com. Assentar-se com..., ou seja, relacionar-se pessoal e amigavelmente com a criatura.
Mas a criatura, dotada do livre arbítrio, desde sua formação passou a ter que tomar decisões, pois seriam essas que formariam sua história. Assim sendo, em seu primeiro dilema entre obediência e rebeldia, optou pela rebeldia. Resolveu que não bastava ser apenas amigo de Deus e uma vez que era “livre”, decidiu duvidar do seu Criador e amigo íntimo, para dar ouvidos àquele que só queria ver essa harmonia desfeita. Logo, tendo sido tentado, interessou-se pela proposta de “ser igual a Deus”, cedendo assim à tentação. O resultado? Condenou-se a si mesmo e consigo toda a raça humana.
Fico pensando que Deus, em sua onipotência, poderia fulminar sua criatura. E estaria em seu total direito. Ou, poderia exercer todo o seu poder e forçar o homem a amá-Lo. Mas não. Deus, o Criador, é amor. Repito: Deus é amor. Ele não tem amor. Ele não age com amor. Ele não tem atitudes de amor. Não. Ele é o próprio amor. E, sendo amor, o que Ele podia fazer por sua criatura? Demonstrar amor.
Assim, ao invés de punir, decidiu por agir com tão grande graça e misericórdia. Essa graça levou-o a tirá-lo do Jardim do Édem, para que agora, em pecado e conhecedor do bem e do mal, não comece o fruto da árvore da vida e vivesse eternamente nessa condição: a de pecador.
Assim, a partir desse fatídico episódio, vemos o seguinte ciclo: Deus manifesta seu amor incondicional e o homem se rebela rejeitando-o. Deus busca ter um relacionamento íntimo e pessoal com o homem e o homem evita-O e busca para si outros deuses e faz de si mesmo um deus. Deus diz: entregue a mim os seus caminhos e cuidados, mas o homem busca “parcerias” entre os inimigos de Deus: bruxarias, idolatrias, feitiçarias, luxurias, roubos, assaltos, assassinatos...
Mas, graças a Deus, que é longânimo e riquíssimo em nos perdoar, não leva em conta nossos atos de loucura. Mais ainda, Ele nunca desiste de nós e é nisso que podemos e precisamos nos agarrar. Como diz o profeta Jeremias: “... mas há outra coisa que lembro e ao lembrar, continuo agarrado à esperança: o amor leal do Eterno não pode ter acabado. Seu amor misericordioso não pode ter secado. Eles são renovados a cada manhã. Como é grande a tua fidelidade! Eu me apego ao Eterno (digo e repito). Ele é tudo que me restou” (Lamentações 3.22-24). O próprio Deus diz, através do profeta: “Clame a mim e eu responderei e lhe anunciarei coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece” (Jeremias 33.3). E diz mais: “Sei o que estou fazendo. Já planejei tudo, e o plano agora é cuidar de vocês! Não os abandonarei. Meu plano é dar a vocês o futuro pelo qual anseiam” (Jeremias 29.11).
Veja bem: Deus nos convida à obediência. E obedecer é confiar em seu amor e em seus planos para cada um de nós. É nos render, declarando nossa derrota, diante de seu imenso amor. É confessarmos que nós mesmos, pelas nossas próprias forças, no máximo, seremos pessoas bem intencionadas. O contrário disso, o próprio Deus chama: Rebeldia.
O profeta Isaias, registrou assim as palavras de Deus: “Ai dos filhos rebeldes! É o decreto do Eterno. Vocês fazem planos, mas não são meus planos. Vocês fazem negócios, mas não pelo meu Espírito. Vocês amontoam pecados, um pecado sobre o outro. Vão para o Egito e nem me consultam. Correm para buscar a proteção do faraó, esperando encontrar esconderijo no Egito. Bem, alguma proteção o faraó vai oferecer... eles se mostram grandes e importantes... quem for tolo o bastante para confiar neles logo perceberá sua tolice. É tudo blefe, não há consistência, uma farsa constrangedora” (Isaias 30. 1-5).
Confiar em Deus e obedecê-lo gera a sensação de impotência. Buscar fazer as coisas com as próprias mãos, gera a sensação de poder, controle e isso leva ao orgulho pessoal. Besteira. Jesus disse que quem quisesse ganhar sua vida, iria perdê-la. E Pedro, o apostolo, é categórico: “...Deus é contra os orgulhos, mas tem prazer em pessoas simples. Portanto, contentem-se com o que são e não empinem o nariz. A mão de Deus é forte e está sobre vocês. Ele os exaltará no tempo certo. Vivam livres de preocupação na presença de Deus: Ele toma conta de vocês” (I Pedro 5.5-7).
Não há nada que possamos fazer para salvarmo-nos a nós mesmo. E, qualquer coisa que façamos constitui em presunção e rebeldia. Paulo, o apóstolo, é enfático quando escreve aos Efésios ao afirmar: “Agora Deus nos tem onde sempre quis. Tanto neste mundo como no próximo, Ele (Deus) quis derramar sobre nós graça e bondade, em Cristo Jesus. A salvação foi idéia e obra d’Ele. Nossa parte em tudo isso é apenas confiar n’Ele o bastante para permitir que Ele aja em nossa vida. É um imenso presente de Deus! Não somos protagonistas nessa história. Se fosse o caso, andaríamos por aí nos vangloriando do que fizemos. Não! Nada fizemos, nem nos salvamos. Deus fez tudo e nos salva. Ele criou cada um de nós por meio de Cristo Jesus...” (Efésios 2.7-10).
Há um ditado popular que diz: “Manda quem pode. Obedece quem tem juízo”. Então, você decide: obedecer ou rebelar-se?
Permita-me um conselho: Obedeça. Sabe por quê? “...a rebeldia é como o pecado da feitiçaria...” (I Samuel 15.23), mas a obediência... ah! Essa sim agrada a Deus! E, uma vez estando alegre Ele diz: “Sejam fortes. Sejam corajosos. Não se deixem intimidar... porque o Eterno, o seu Deus, está, a passos largos, à frente de vocês. Ele está no meio de vocês: não os deixará nem os abandonará” (Deuteronômio 31.6). E, se não bastasse, o salmista nos desafia: “Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração.
 Entregue o seu caminho ao Senhor; confie n’Ele, e Ele agirá” (Salmos 37.4-5).
Em Cristo,
Paulo O. Junior

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