domingo, 16 de outubro de 2011

Há segurança na Moderna Igreja de Cristo?

Vivemos dias em que insegurança e incerteza são marcas típicas. Cenários de instabilidades e transitoriedades exigem portos seguros que nos apóiem e nos assegurem. Mais do que nunca o mundo hodierno tem se tingido de cores de violência, de insegurança jurídica ameaçando fazer ruir as instituições abalizadoras da sociedade, de crashes financeiros arrasadores, de hecatombes ambientais sem precedentes e de incertezas políticas em países dantes considerados modelos de estabilidade.

No âmbito pessoal nos acossam crises morais, a síndrome da relatividade ética em que o certo e o errado sofrem ao sabor das circunstâncias, a infidelidade das relações humanas e o hedonismo que nos ensina a mais valia do prazer pessoal acima de qualquer outro valor. Mais do que nunca somos vítimas de um mundo incerto e volúvel. Sofremos de súbitas doenças, de demissões inesperadas, de cirurgias agressivas a quem dantes se sentia muito bem e perdas trágicas de entes queridos. Este dantesco quadro exige de nós que erijamos baluartes, portos seguros e âncoras que nos sustentem.

A natureza destes elementos é a mais diversa possível. Alguns confiam em seu poderio material, enxergando no dinheiro sua segurança para o que der e vier. Outros se apóiam em pessoas que consideram referenciais e orientadores. Outros ainda elegem a fé fátua do pensamento positivo e da auto-ajuda como resposta ao ambiente dúbio em que vivem.

Finalmente, a religiosidade e a espiritualidade surgem como modelos de sustentáculos à intempestuosa vida moderna. A cada dia surgem novas vertentes religiosas e renascem das cinzas do tempo outro tanto de religiões esquecidas. A espiritualidade está em alta e é tida como verdadeira forma de evolução do homem. Registros dão conta de que no Brasil em particular as igrejas evangélicas se multiplicam e nunca houve em nossa história maior “boom evangélico”. A chamada “onda gospel” pintou de chique o professar da fé evangélica, criou estilo musical próprio e galgou espaço na mídia e na sociedade. No afã deste comportamento, a fé tem trocado seu próprio objeto principal. Temos tirado nosso foco do mestre Jesus, autor e consumador de nossa fé, para depositarmos em instituições ou em seus “apóstolos”.

As pessoas passam a buscar esta ou aquela instituição evangélica ou este ou aquele pastor por julgar lá e neles encontrar maior guarida e refúgio. Ao sentirem esgotar esta reserva institucional de fé ou ao se decepcionarem com líderes, simplesmente transitam de igreja ou, pior ainda, engrossam as fileiras dos sem-igreja. A igreja tem se transformado em uma simples instituição de cunho social e humanitário pela perda do foco da fé genuína primeiramente anunciada pelo ministério de Jesus aqui na terra e depois confirmada pelos que o seguiram, muitos dos quais lhe foram testemunha ocular. A fé equivocada da sequiosa platéia gera perigosa confiança institucional.

Tendo estabelecido a igreja como oásis de um mundo árido, vivemos nova forma de evangelho, diferente dos ditames da Palavra de Deus e em consonância com modelos eclesiásticos estanques.

Estes modelos eclesiásticos permitem muitas vezes lassidão moral, parco tempo gasto em leituras superficiais da Bíblia, desvalorização da oração e estabelecimento de leis estranhas à igreja primitiva, como o princípio da teologia da prosperidade. Agora passamos a confiar num aleijão e depositamos nossas agruras no gazofilácio de um mutante institucional, quando nossa fé deveria se centrar em Deus. Aquilo que deveria ser instrumento de condução ao divino torna-se numinoso em si mesmo passível de adoração e devoção.

Por vacuidade de poder próprio, esta igreja moderna assim descrita nos ensina a confiar em nós mesmos e torna o evangelho em uma religião de auto-ajuda, de auto-suficiência e de independência.

Nesta altura vale a pergunta: há segurança na moderna igreja evangélica?  Haverá problemas em depositarmos nela nossa confiança e de nela estabelecermos ponto de segurança às vicissitudes de nossa vida?

Se nos debruçarmos a estudar a história do povo judeu, vamos encontrar no tempo de Jeremias uma situação muito curiosamente semelhante ao que acima descrevemos. O povo havia se afastado de Deus. A religiosidade havia tomado lugar da verdadeira comunhão com Javé.  O templo como local físico e seus sacrifícios e cerimonial como instituições eclesiásticas tinham a estima religiosa do povo, em detrimento da busca pelo Senhor.

O profeta então, provavelmente durante uma cerimônia no templo, em algum momento entre setembro de 609 a.C. e abril de 608 a.C., profere duríssimo discurso, que ficou conhecido como discurso contra o Templo, o qual pode ser conferido em Jeremias 7.1-15 e 26.1-24. O primeiro destaca o conteúdo, o segundo as circunstâncias do discurso.

Neste discurso Jeremias denuncia a confiança no templo de Deus (quando deveria ser confiança no Deus do templo!) e prediz sua destruição, tal qual já havia se dado em Silo, como forma simbólica de condenação a este estado de coisas.

Naquele tempo a morte do rei Josias, líder de avivamento espiritual, em combate contra faraó e a deportação de seu filho, o rei Joacaz, depois de apenas três meses de fugaz governo, mergulham o povo em uma crise de espiritualidade e falta de liderança espiritual tal que o faz desembocar na crença de que a simples presença de Jeová no templo era garantia de segurança e liberdade de toda Judá. Note-se que, mesmo tendo vivido recente avivamento com o Rei Josias, o povo se esquecia de “servir ao Senhor do templo” para “honrar e venerar o templo do Senhor”.  

Em seu discurso, Jeremias denuncia esta inversão de valores e expõe a fragilidade da crença no templo porque, segundo ele, somente a aliança entre Jeová e seu povo poderia garantir a segurança e estabilidade do país. Jeová continuava o mesmo. Para servi-lo exigia-se correção de vida.

Não seria possível admitir que tribunais exercessem a injustiça, quando deveriam ser a casa da justiça por excelência; não seria tolerável ver o estrangeiro oprimido e injustiçado; não se poderia achar órfãos e viúvas desamparadas exatamente pelo Estado que professava o nome de Jeová nem pelas pessoas que confessavam servi-lo; inocentes não poderiam sofrer a condenação injusta do martelo de um magistrado e, finalmente, o culto a deuses estranhos não poderia coexistir.

Qualquer semelhança não é mera coincidência! Vivemos dias semelhantes ao do profeta Jeremias!

Quanta semelhança com o que acontece em nossos dias! É necessário denunciar esta confiança moderna que se tem na igreja como instituição e em seus elementos litúrgicos.

É necessário denunciar o modelo de cristão de nossos dias. Admitimos viver a “vida torta” da imoralidade, da opressão ao inocente, dos ganhos injustos, nos acostumamos com a divisão iníqua de rendas, toleramos a corrupção e até nos corrompemos se tivermos oportunidade, nos acostumamos com a discriminação social e, se as coisas vão bem com a gente, que “Deus ajude o resto”.

É tempo de resgatarmos o verdadeiro cristianismo.

É tempo de “viver a santidade” não apenas aos domingos no âmbito da igreja, mas no trabalho na “segundona”, na prova da escola na terça sem colar do colega, no trânsito na “quarta”, sem vociferar palavrões à menor fechada do carro à frente e no “sábado” ao aceitar freqüentar a “balada com os amigos”.  A voz alçada em louvor ao Senhor deve ser a mesma a proclamar a justiça e o direito, a declarar os ditames da ética e da moral e a proferir palavras de edificação.

É tempo de desfocar nossa atenção da igreja como instituição e de seus lideres como referenciais para nos voltarmos de vez ao autor e consumador de nossa fé, Jesus Cristo nosso salvador, a quem seja toda glória, toda honra e toda adoração.

A confiança em Deus é único lenitivo seguro ao inseguro mundo atual. A igreja como instituição se despida de seu Deus é falida no esforço humano de se revelar como resposta ao incerto amanhã.

Por Gilvano Amorim Oliveira

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Com que roupa eu vou pro samba que você me convidou?

Temo desapontar ao leitor que tenha sido atraído para esta leitura pensando se tratar de uma crônica sobre tão famosa música do cancioneiro brasileiro ou uma antologia da vida não menos célebre de seu autor, Noel de Medeiros Rosa, o Noel Rosa. De certa forma compenso a frustração com uma reflexão baseada sim na música em pauta.

Inspirei-me ao produzir este texto numa contraposição entre a dependência que deveríamos ter de Deus e o relato feito pelo autor musical nesta peça. Dizem os estudiosos e historiadores de Noel, que frustrados pela desistência do curso médico, seus pais, o comerciante português Manuel Garcia de Medeiros Rosa e a professora Martha de Medeiros Rosa, declararam guerra à vida boêmia e desregrada que logo mais lograria ao filho uma terrível tuberculose que o abateria aos 27 anos de idade.

Neste embate, certo dia ao se preparar para a freqüência de mais uma roda de samba com os amigos, sua mãe simplesmente lhe esconde as roupas para que não saísse de casa. Este evento teria tido lugar em 1930, quando lançou sob insígnia de grande sucesso esta música “com que roupa”. A letra deste samba se inicia com uma comunicação de decisão: “Agora vou mudar minha conduta...”

É sempre salutar e desejável a análise de nossas condutas e a consideração de mudanças de rumo. Este é o maior objetivo deste texto. Ao se ver “desarrumado” e com “a vida nada fácil”, o autor decide ir à luta, se arrumar e se reabilitar. Em todo o tempo a música repete em refrão: “com que roupa eu vou pro samba que você me convidou”. 

Quero pedir ao amável e paciente leitor que considere esta pergunta à luz de suas escolhas de roupas no dia a dia. Você costuma se perguntar com que roupa deve ir a este ou àquele lugar? Talvez as mulheres sejam as mais afeitas a este tipo de consideração. Muitas delas promovem um auto-desfile diante do espelho antes de escolher o modelito que deverão envergar frente a uma saída proposta e levando em conta os possíveis convivas que haverá de encontrar.

Conta-se que Bem Carson, um renomado neurocirurgião americano, ao se dispor para qualquer saída de casa, abre seu guarda-roupa e pergunta a Deus com que gravata deve sair. Que exemplo para nós! Estamos acostumados ao chavão “o mundo não deveria olhar para nós que participamos da igreja de Jesus, mas para o próprio Jesus”.

Você já parou para analisar de que modo o mundo vai olhar para Cristo, se aqui Ele não está? O mundo não tem outro parâmetro para o qual olhar e onde reconhecer o protótipo de Jesus senão a nós mesmos. Neste contexto assim desenhado, volto com minha pergunta: “com que roupa eu vou?”.

Vale a pena analisar que tipo de apresentação, que tipo de posturas temos apresentado nos campos da ética e moral pessoais, de nosso profissionalismo, da conduta ambiental, do trato com as pessoas.

Será que, nos contemplando, as pessoas do mundo podem enxergar pelo menos um desenho garatujado e grosseiro de Jesus? Ou será que nossos modelos de conduta são tão gritantes que de pronto nos colocam em antítese ao mestre? É claro que o termo “roupa” aqui transcende a qualquer discussão sobre vestuário, nosso enfoque envolve a roupagem montada pelo conjunto de nossas condutas. Aliás, aprofundo ainda mais a pergunta: “com que roupa eu vou pro samba que você me convidou?

Sem qualquer juízo de valor ao gênero musical, o convite ao samba representa os mais variados convites que o mundo nos faz. Qual tem sido nossa resposta? Temos aceito de braços abertos a todo e qualquer “convite” feito pelo mundo e nos tornado como o mundo é ou temos analisado se o convite que recebemos não fere o padrão de testemunho cristão? Portando aqui reside uma interessante dicotomia de nosso comportamento cristão. Por um lado, o foco está na “roupa” e por outro na resposta ao “convite do samba”.

A roupa representa o estereótipo, o molde de posturas cujo coletivo desenha “nossa cara” diante das mais diversas situações. Como dito acima esta “roupa” inclui nossa ética, nossa moral, nossa cidadania e nossos costumes. O segundo elemento é exatamente “o convite do samba”.

Curioso é notar que diante dos convites, que são as mais diversas situações em que se encarece a apresentação diferenciada do cristão, dois aspectos devem ser pesados na balança. O primeiro é “se devo aceitar o convite do samba”. As situações mais diversas diante das quais nos deparamos devem ser consideradas sob o crivo “em meu lugar, o que Jesus faria?”ou “recebendo o convite deste samba, Jesus confirmaria presença?”.

Não há dúvidas de que o testemunho cristão não se coaduna com todos “os convites de samba” que o mundo faz. O segundo elemento admite a resposta positiva ao convite. É a “roupa” e nos remete à cena do guarda-roupa aberto e diante deles cada um de nós nos perguntando: - “com que roupa eu vou pro samba que você me convidou?”Lembremo-nos de que o mundo tem os olhos abertos sobre nós e espera ver em nós imitações de Cristo, o que, aliás, valeu aos crentes da igreja primitiva o alcunha de cristãos, pequenos Cristos.

Gosto de imaginar os discípulos Pedro e João às portas do templo. Diante do pedinte de mãos estendidas, eles dão uma resposta eloqüente: - Olhe para nós! Que audácia! Que segurança! Quem assim fala não teme a visão de quem contempla. Será que podemos nos voltar ao mundo e dizer: - Ei! Olhem para nós? Oxalá nossa resposta aos convites do mundo seja tão coerente e nossa roupa seja tão digna de ser envergada por um cristão que o mundo ao nos contemplar veja Cristo estampado em nós!

Amém!

Por Gilvano Amorim Oliveira

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

VENCENDO AS OPRESSÕES

A história de Israel no Egito ilustra muito bem o que é enfrentar opressão. A opressão traz abatimento das forças e conduz a um estado de prostração.

O faraó recorreu a medidas mais cruéis. Investiu, impiedosamente, contra as famílias dos hebreus.

Assim pode acontecer no dia-adia do homem moderno. As demandas, as incompreensões, a exploração, e mesmo uma vida totalmente desordenada, sem propósitos, leva às opressões e ameaças.

Mas o processo da vitória começa quando identificamos quem ou o que está por trás da opressão: pode ser alguém, pode ser as circunstâncias, pode ser o Adversário ou pode ser nós mesmos.

A opressão vivida pelo povo hebreu no Egito, nos mostra algumas causas porque somos oprimidos. Mas da mesma maneira como Deus interveio na vida do Seu povo, continua nos dando vitórias sobre toda e qualquer opressão.

Compreendamos o segredo da vitória no mundo espiritual: a libertação por meio do Deus que intervém.

A proteção e a provisão divinas estão disponíveis para os Seus filhos em momentos de necessidade. 

Experimentemo-las!

Com amor,

Pr. Olney Basílio Silveira Lopes
(extraído do InforMemorial - 16.01.2011 / ano VIII - n° 16)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A EXPERIÊNCIA NO SOFRIMENTO

A  Palavra de Deus encoraja a resignação e a perserverança nos momentos de dor, de tristeza e de sofrimento, tantos mais quantos estes momentos são vividos na própria alma.

As histórias dos poderosos atos de consolo divino precisam ser conhecidas e compartilhadas. É necessário contar como Deus age em todas as situações para o bem dos que O servem com amor.

Conheço histórias de homens e mulheres que experimentaram na alma sofrimentos insurportáveis. Mas foi nessas condições que descobriram um novo significado da espiritualidade bíblica.

A fé não exige o que queremos. Ele confia na bondade de Deus, apesar das tragédias da vida. Deus pode negar nossos pedidos, mas nunca vai decepcionar nossa confiança, pois ainda que permita a tristeza, ele usa de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias. Assim, as situações desfavoráveis da vida são tranformadas em fatores de bençãos e de êxito.

As esperiências no sofrimento podem ser vencidas pelo poder da oração. A inevitável pergunta "Ó Deus, como tu permites que isso aconteça?", pode ser um convite à oração que gera esperança.

Quem se entrega às dúvidas para de orar. Mas aquele que ora para de duvidar!

Quanto mais humanos formos, mais Deus será Deus no processo da dor, da tristeza e dos sofrimentos. A dependência total e diária d'Ele é o poder do consolo em nossos sofrimentos. Só assim podemos consolar os outros com a mesma consolação com que somos consolados por Deus.

Pr. Olney Basílio Silveira Lopes
(Extraído do InforMemorial - 18.09.2011 / Ano VIII - n° 51)

domingo, 11 de setembro de 2011

ANGÚSTIA

Os principais autores de livros, no campo da psicologia moderna, e os estudiosos dos problemas sociais de nossos dias, são unânimes em declarar a angústia como a condição e o estado de espírito do homem moderno.

Por angústia, que de uma forma quase universal alcança todos os homens, poderíamos descrever como sendo um desespero da alma pelas limitações de tempo e espaço. Não se pode estar quando e onde se quer.

Também podemos descrever como sendo o sofrimento e a frustração dolorosa por não se ter resposta para as questões mais aflitivas da alma. Os homens continuam trazendo perguntas e questões para as quais não se oferecem respostas satisfatórias e, por isto, entram em estado de angústia.

Mas graças ao Deus Eterno, a quem podemos expor as nossas angústia! Ao Senhor clamamos e Ele se torna o nosso refúgio e a nossa porção na terra dos viventes.

O Senhor conhece a vereda e a aflição do homem moderno! Ele se tornou um de nós em Jesus Cristo. Por isso, Ele pode tirar a nossa alma da prisão da angústia.

Louvemos o Seu Nome!!!

Com amor,

PR. Olney Basílio Silveira Lopes
(Extraído do InforMemorial - 11.09.2011 / Ano VIII - n° 50)

domingo, 7 de agosto de 2011

FÉ OU PENSAMENTO POSITIVO? VOCÊ DECIDE!

Vivemos dias em que a palavra fé é léxico comum de nosso vocabulário e nebuloso conceito envolvido com uma série de disposições que tem em comum construir algo que desejamos e que ainda não temos. Fé em nossos dias traz embutida uma idéia de algo temos à nossa disposição como matéria prima para criação totipotencial do que quisermos.

Como uma espécie de célula-tronco que pode se diferenciar em qualquer tipo de tecido, a fé no conceito corrente nos permite trazer à realidade o que desejarmos. Precisamos buscar na Palavra de Deus elementos que nos referenciem em relação ao tema. Na carta de Paulo aos Romanos, em seu capítulo 14 na parte "b" do versículo 23, encontramos uma aposição entre pecado e fé que é muito importante para a compreensão do conceito de fé. Diz assim o texto: “... tudo que não é de fé é pecado.”

Ao longo do tempo temos interpretado o texto do capítulo onze de Hebreus de forma errônea. Fé tem sido confundida com pensamento positivo.

Facilmente entende-se desta porção bíblica que fé é a confissão de algo que queremos que venha à existência. Assim transformamos fé em algo semelhante ao pensamento positivo. Há que se entender bem este tema.

Pensamento positivo é uma instituição diabólica. A nova era prega que Deus personificado como a Bíblia menciona não existe e que “deus” é uma força interior contida em cada um de nós, cujo despertar e desenvolvimento pode nos conferir especiais poderes. Assim contemos em nós mesmos pequenos (que podem se tornar grandes segundo o que dizem!) deuses criadores que, à nossa disposição, podem, como servos quedados às nossas ordens, nos dar o que quisermos. Não vamos discutir a essência e a natureza desta "força interior" aqui, mas este é o ponto inicial para entendermos o conceito de pensamento positivo. Se temos uma poderosa força interior em potencial somos capazes de controlar os acontecimentos de nossa vida. Canalizar os fatos tidos como bons e desejáveis e desviar os ruins é o âmago do pensamento positivo. Esta tese não encontra eco na Bíblia. Deus não é nosso serviçal que, ao ouvir o que queremos, se curva em mesura e num átimo nos atende como desejamos. O mencionado texto de Romanos nos diz que "...tudo que não é de fé é pecado".

Surge aqui uma pista importantíssima para compreensão da fé. Fé é o contrário, é a antítese de pecado. Pecado é a ligação espiritual com o príncipe deste mundo ao passo que fé é ligação com Deus.

Se estivermos ligados a Deus, ao contrário de impor ordens e desejos, procuraremos, como seus servos, cumprirmos sua vontade e permitirmos que Ele cresça em nós e que diminua nosso “eu” pessoal.

Agora sim, estando ligados a Deus podemos ter confiança de que sua palavra e de suas promessas, ainda que não sejam ainda realidade, virão à luz.

Com este conceito em mente, examinemos o versículo um de Hebreus onze: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem”. O firme fundamento é a rocha, que é Cristo. O firme fundamento não é uma confissão positiva, uma declaração sem titubear baseada em elementos pessoais e certezas embasadas na supérflua transitoriedade humana. Se não podemos garantir nosso coração pulsante daqui a um mísero segundo como poderemos trazer a realidade coisa alguma?

Vejam como a cilada do pensamento positivo não se sustenta! Já o firme fundamento, que é Cristo, este sim é absolutamente confiável! Nele podemos descansar e esperar. Nele não há sombra de variação, nele não há instabilidades. Agora que estamos embasados no firme fundamento, podemos dizer que Ele é a garantia das coisas que se não vêem. Ele mesmo é a prova da existência daquilo que ainda não existe, pois Ele a tudo criou e a tudo cria.

Analisemos estas porções da Palavra de Deus:

“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém". Romanos 11:36.

"E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele". Colossenses 1:17.

"Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por Ele". 1 Coríntios 8:6 .

Eis a identidade do “firme fundamento” e sua performance criadora! Conhecer e relacionar-se com o firme fundamento é a essência da vida cristã. Logo adiante no capítulo onze de Hebreus o autor menciona: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe (agradar a Deus ( parênteses nosso); porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”.

Portanto, conhecer a Deus e se relacionar com Ele é condição sine qua non da vida cristã. Esta aproximação é feita por meio da fé. A fé nos leva a um crescente relacionamento com Deus. Este crescimento nos divorcia dos encantos deste mundo e nos aponta uma outra realidade. Como se menciona em Hebreus 11.14-15: “Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar”. Mais uma vez fica clara a distinção entre os binômios “pecado-mundo” (a pátria de onde saimos) e “fé-céu” (a pátria que buscamos). Ligados a Deus, recebemos de suas mãos toda sorte de boas dádivas que desejarmos, segundo sua contade. É Deus quem nos dá o que desejamos como pai amoroso e não nossa própria vontade canalizada em “pensamento positivo”.

Paulo escrevendo aos Romanos corrobora este pensamento: “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?" Romanos 8.32”.

Portanto, devemos rejeitar o conceito de que nossa mente é fonte infinita de poder e que tudo podemos e alcançamos com pensamento positivo. Devemos compreender que, embora haja similitudes de resultados, fé nada tem a ver com pensamento positivo. Segundo o pensamento positivo, o homem arrogante e pseudo autosuficiente prescinde de Deus e, segundo a fé, o homem submetido a Deus dele espera o que deseja seu coração. Sabendo que Deus não é injusto para se esquecer de nós e que, se nEle nos deleitarmos, Ele mesmo concederá o que deseja nosso coração, decidamos pela fé!

Conhecendo melhor estes conceitos, analise-os bem.

Faça sua escolha: Fé ou pensamento positivo?  Você decide

Por Gilvano Amorim Oliveira
!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Blog Novo Caminhar: EXISTE ESPERANÇA

Blog Novo Caminhar: EXISTE ESPERANÇA: "Diante das pressões e das tensões na vida cotidiana, chegamos a perguntar: EXISTE ESPERANÇA para o homem de hoje? Sim, há esperança, porqu..."

EXISTE ESPERANÇA


Diante das pressões e das tensões na vida cotidiana, chegamos a perguntar: EXISTE ESPERANÇA para o homem de hoje?

Sim, há esperança, porque DEUS NOS AJUDA!!!

DEUS NOS AJUDA a lidar com a corrida desordenada da vida e a examinar a nós mesmos.

Ajuda-nos a lidar com os dilemas e a buscar significado e propósito para a vida - uma vida com propósito!

DEUS NOS AJUDA a responder questões existencias como: por que existo?

Ele nos ajuda a ter contentamento no trabalho - o trabalho é benção.

Ajuda-nos a cultivar relacionamentos saudáveis!

DEUS NOS AJUDA a viver muito bem com nossos filhos, evitando remorsos e a sermos felizes no casamento.

Ajuda-nos a ver o dinheiro através de uma perspectiva bíblica, e não secular.

DEUS NOS AJUDA a ter sabedoria no uso do tempo e a tomar decisões a fazer escolhas certas.

Ajuda-nos a lidar com o orgulho, com o medo, com a ira.

Também a lidar com a questão da independência e a evitar o sofrimento.

Sim, DEUS NOS AJUDA a viver uma vida de integridade, trabalhando a mente, a tentação e o pecado.

Com amor,

Pr. Olney Basílio Silveira Lopes

quinta-feira, 30 de junho de 2011

AMIZADE

Li uma história que vale a pena transcrever neste espaço. Ela é emocionante e tem uma rica lição de vida.

“Já era muito tarde naquele dia. Na verdade, eram onze horas da noite. Eu estava em minha casa quando recebi o telefonema de um querido amigo. Seu telefonema me deixou muito feliz. A primeira coisa que ele me perguntou foi: Como você está? E, sem saber por que, eu lhe respondi: Muito só.

- Você quer conversar? – ele perguntou.

- Sim, gostaria muito.

- Você quer que eu vá até a sua casa?

- Sim – respondi novamente.

Desligou o telefone e, em menos de quinze minutos, lá estava ele à minha porta.
Falei por algumas horas: do meu trabalho, da minha família, dos meus problemas e dúvidas. E ele, atento, me escutava sempre.

Eu estava muito cansado naquele dia, mas a companhia de meu amigo me fez muito bem. Do começo ao fim, ele me escutou, apoiou e me aconselhou.

Assim, quando notou que eu estava melhor, disse:
- Bom, agora preciso ir trabalhar.

Surpreso, eu lhe disse:
- Amigo, porque não me disse antes que teria que ir trabalhar. Veja que horas já são, e você não conseguiu dormir nenhum pouco. Eu roubei seu tempo por toda noite.

Ele sorriu e disse:
- Não tem problema, para isso existem os amigos!

Ao ouvir isso, fiquei feliz em saber que podia contar com um amigo assim. Eu o acompanhei até a porta de minha casa e, quando ele caminhava para o seu carro, gritei:
- Amigo, esqueci de lhe perguntar: por que me telefonaste tão tarde? O que você queria?

Ele voltou e me disse com voz baixa:
- É que queria te dar uma notícia.

- O que aconteceu?
- Fui ao médico e ele me disse que meus dias estão contados. Assim, só posso esperar.

Naquele momento fiquei mudo. Ele sorriu e disse:
- Tenha um bom dia, amigo!

Entrou no seu carro e se foi.

Na verdade, precisei de algum tempo para assimilar a situação. Quando ele me perguntou como eu estava, esqueci-me dele e só falei de mim. Teve forças para sorrir e me escutar dizer tudo o que disse.”

Aprendamos a não ser tão voltados para os nossos problemas e nos preocuparmos somente conosco.

Aproveitemos o nosso tempo para estar mais perto das pessoas que amamos, perguntar como elas estão e interessar-nos mais por elas, sem esperar nada em troca.

Tentemos sentir mais profundamente aqueles que estão à nossa volta e aqueles que
passam por nossas vidas, pois quem enxuga lágrimas alheias não tem tempo para chorar!

Não existe amor maior do que dar a vida a favor dos amigos!

A propósito, a Bíblia diz que Jesus deu a sua própria vida pela humanidade. Ele não teve outra intenção. Jesus mesmo disse: “O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido”. (João 15.12-15)

Fazer amigo é um dom! Ter um amigo é uma graça! Ser um amigo é uma honra! Conservar a amizade é uma virtude!

Há amigo mais chegado que um irmão: Jesus é este amigo! Nutrindo um relacionamento pessoal e comprometido com Jesus, entenderemos muito mais de amizade. Jesus nos ensina a oferecer cuidados de enorme importância para as pessoas, e nesta mutualidade, descobrirmos a bênção da amizade altruísta e duradoura.

A amizade com Jesus nos abençoa e nos faz vidas abençoadoras para os nossos amigos!

Pr. Olney Basílio Silveira Lopes
Igreja Batista Memorial de Americana
Rua México, 355 – Frezzarin
Telefone: 3601-4911

quarta-feira, 15 de junho de 2011

TEMPO E OPORTUNIDADE

Vamos refletir um pouquinho sobre o tempo e as oportunidades?
Eles são milagres que não se repetem. São muito mais preciosos do que o dinheiro. Devemos aproveitá-los muito bem.
Quando eu olho para um relógio, e vejo o ponteiro que marca os segundos andando com certa cadência e constância, eu penso: “Cada um desses segundos, é tempo oportuno que passou e nunca mais voltará!”
Não adianta mesmo, nunca mais teremos esse tempo de volta com as oportunidades que ele trouxe!
É por isso que a Palavra de Deus recomenda: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando, ao máximo, cada oportunidade, porque os dias são maus.” (Efésios 5.15-16).
Na verdade, há tempo para cada propósito. A Bíblia diz: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu.” (Eclesiastes 3.1).
 A nossa vida é tão passageira! Veja algumas comparações que a Bíblia apresenta sobre a brevidade de nossa vida terrena:
  Como a sombra: “Os nossos dias na terra são como uma sombra…” (1 Crônicas 29.5). Quando o objeto passa, a sombra deixa de ser projetada e não existe mais. Assim é a vida!
  Como um palmo na sua extensão: “Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato, o homem não passa de um sopro” (Salmo 39.4-5).
  Como atletas apressados: “Meus dias correm mais velozes que um atleta” (Jó 9.25). Incrível, mas é verdade. Nossos dias correm mais do que aqueles que correm numa pista de atletismo.
  Como um vapor: “Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa” (Tg 4.14).
Por causa dessa brevidade, apresentada pela própria Palavra de Deus e atestada por cada um de nós, precisamos fazer um excelente uso do tempo. Precisamos considerar cada dia, aproveitando-o com muita sabedoria e orando como o salmista: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria”  (Salmo 90.12).
Não devemos procrastinar, ou seja, deixar para depois o que podemos fazer agora: “Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração”
 É muito importante o planejamento, cumprindo-o com pontualidade.  
Concluindo, o tempo é muito precioso. Devemos usá-lo com sabedoria, pois quando passa não volta jamais.
O tempo pertence ao Senhor e até dele prestamos contas a Deus!

Pr. Olney Basílio Silveira Lopes
Igreja Batista Memorial de Americana

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Qual tem sido o seu deserto?

A Bíblia nos aponta que Deus esteve, está e para sempre estará no controle de todas as situações e nos conduz rumo à eternidade. O fato é que neste percurso há uma bifurcação na qual todos, sem exceção temos obrigatoriamente de parar e decidir qual o caminho seguir. Um deles leva ao céu, o outro, ao inferno. Ao optarmos pelo primeiro, temos a certeza de que Jesus já trilhou esse caminho e nos promete que caminhará conosco até que completemos a jornada. Mas, se optarmos pelo segundo, a Bíblia diz: “Uma vez que eles (homens) não se importavam em reconhecer Deus, Deus desistiu deles e os deixou por conta própria. A vida deles agora é uma confusão só, um mal que desce ladeira abaixo. Eles tomam à força o que é alheio, são ambiciosos e caluniadores. Cheios de inveja, violência, brigas e trapaças, fizeram da vida um inferno... Pior ainda, premiam quem faz as piores coisas com eficiência” (Romanos 1.28-32).

Em sua primeira Carta aos Coríntios, no capítulo 10.1-13, Paulo, o apóstolo, nos relembra a história de Israel. Essa história nos revela alguns pontos importantes de observação. Paulo ressalta que a história humana nos serve de fonte de aprendizagem. Depois relembra que estamos em transição. E nessa condição passamos por vales, terríveis desertos, passamos pelo fundo do mar, passamos por águas. Mas, em todas elas, somos guiados e conduzidos milagrosamente, comendo e bebendo a comida e bebida providenciadas diariamente por Deus. E, mais uma informação. Esse percurso é o itinerário traçado por Deus para nos transportar da morte da escravidão para a vida de salvação.

No entanto, Paulo adverte que para aqueles israelitas, experimentar as maravilhas e graça de Deus não pareceu significar muito, porque muitos deles foram vencidos pela tentação no terrível deserto, e Deus não ficou satisfeito. E o resultado de tal insatisfação foi Deus espalhar seus corpos pelo deserto.

Mas não tem que ser assim. Uma vez que a história é para nos ensinar, o que ela ensina é: Precisamos estar atentos para nunca sermos apanhados trilhando um caminho próprio, como eles fizeram. Para não colocarmos o nosso coração em coisas más. Pois, os maus desejos, a murmuração, a carnalidade, os prazeres mundanos e a autoconfiança sempre nos levam à queda. Paulo, o apóstolo, diz aos romanos: “todos pecaram e não são capazes de merecer o louvor de Deus” (Romanos 3.23) e “O que as pessoas merecem com o pecado é a morte...” (Romanos 6.23a). Devido a essa condição devemos buscar pela proteção divina. Clamar pela fidelidade e misericórdia de Deus e nos assegurarmos, pela fé, às promessas de que Ele não nos permitirá sermos tentados além do que podemos suportar e que ao sermos tentados, com a tentação Ele mesmo nos providenciará o escape. Com que finalidade? De sermos capazes de suportá-la.

Esse texto diz que Deus nos proporciona o escape às tentações. Não diz que é Ele quem nos tenta. Tiago, irmão carnal de Jesus, em sua carta escreve: “Ninguém ao ser tentado diga: “Estou sendo tentado por Deus”. Deus não pode ser tentado pelo mal, e Ele mesmo não tenta ninguém. Cada pessoa é tentada ao ser arrastada e atraída pelo engano do seu desejo. Então, tendo sido concebido, o desejo dá a luz o pecado; e, quando o pecado cresce plenamente, dá à luz a morte” (Tiago 1.13-15).  A Bíblia relata episódios nos quais a presunção, o descuido, a negligência, deram ocasião ao pecado. E o pecado levou à degeneração humana, e dessa, à morte.

Adão e Eva. Deus o criou Adão à Sua imagem, conforme à Sua semelhança. Não satisfeito e atento às suas necessidades declarou: “Não é bom que a pessoa fique só...” (Genesis 2.18a) mas, não achou companhia adequada. Por isso: “Deus fez um sono profundo cair sobre a pessoa; e enquanto ele dormia, Deus tirou uma de suas costelas e fechou com carne o local de onde a tirou. Da costela que Deus tirou da pessoa, criou uma pessoa do sexo feminino; e a levou à pessoa do sexo masculino. A pessoa do sexo masculino disse: “até que enfim! Esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Ela deve se chamar Mulher, porque foi tirada do Homem”” (Genesis 2.21-23). Fato muito importante nesse texto. A palavra hebraica para homem é ish e a palavra hebraica para mulher é ishah. Ishah é mulher que foi tirada do homem. Razão pela qual o homem deve deixar seu pai e mãe e se unir à sua mulher. Pois aí, ambos se tornarão uma só carne e, mesmo nus, o homem e a mulher não se envergonham.

Mas, logo após esse glorioso episódio, a mulher sai, a serpente se aproxima, começa um longo dialogo, surge a proposta de que seriam iguais a Deus, a tentação aflora e... queda. A mulher come o fruto que lhe fora proibido e dá também ao seu marido. Nessa seqüência há uma avalanche de decadência pois, começaram a se envergonhar de estarem nus. Começaram a querer resolver e solucionar suas necessidades ao seu próprio modo. Ao invés de apresentarem-se a Deus, optaram por esconderem-se. Mas desse momento em diante o homem passou a desvalorizar a mulher. Pois de ishah chamou-na Havah (Eva) que quer dizer vida. Ou, a mãe dos meus filhos. Ou, a mãe dos seres vivos (Genesis 3.20) e essa degradação não parou por aí. Desceu até ao ponto em que Paulo escreveu aos Romanos: “... pessoas que, motivadas por sua injustiça, mantêm a supressão da verdade... apesar de saberem quem Deus é, não o glorificam como Deus, nem lhe agradeceram. Ao contrário, tornaram-se fúteis em seu pensamento; e seu coração obtuso anuviou-se. Alegando-se sábios, tornaram-se tolos!... esta é a razão de Deus lhes ter dado paixões degradantes...” (Romanos 1.18-27).

E a Bíblia segue cheia de maus exemplos:

·         Miriã e Arão (Números 12.1-10): preconceito, inveja, ciúmes, auto-exaltação, prepotência, conchavo contra a liderança de Moisés.
·         Sansão (Juízes 13-16): nascido e separado por Deus para ser Nazireu e libertador do povo de Deus. Era mulherengo, vingativo, adultero, insubordinado.
·         Davi (II Samuel 11): Usou seu poder de Rei para ser indiferente à guerra. Não se ocupou do que era bom. Com a mente desocupada, ocupou-a com a beleza da mulher de Urias: viu, desejou, pediu informações, quis conhecer pessoalmente, se deitou com ela, engravidou-a, tornou-se homicida.

Há muitos outros maus exemplos por toda a Bíblia. Todos de pessoas que cederam à tentação por estarem se sentindo: auto-confiantes, por preferirem a carnalidade e os prazeres mundanos a estarem no centro da vontade de Deus. Por decidirem pelo dialogo com o diabo em lugar de fugirem dele e resistirem-no. E, por negligenciarem o propósito ao qual Deus os tinha chamado.

Mas, há ocasiões em que Deus permite que passemos por diversas e dolorosas provações. Essas têm por objetivo sermos aperfeiçoados na justiça. Possamos fortalecer nossos irmãos e ainda para que sejamos exemplos para a gloria de Deus a exemplo do que aconteceu com Pedro, o apóstolo. Jesus lhe disse: “Simão, fique firme! Satanás fez o que pode para separar você de mim, assim como se separa a palha do trigo, mas orei por você em particular, para que você não desanime nem desista. Quando passar por alguma provação, pense em seus companheiros e fortaleça-os” (Lucas 22.21-32) e depois, o próprio Pedro declara: “Mantenham-se sóbrios e alertas! O adversário, o inimigo de vocês, aproxima-se sorrateiramente e, como leão que ruge, procura alguém para devorar. Resistam-lhe, firmes na confiança, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos tipos de sofrimento” (I Pedro 5.8-9). Só mesmo alguém que tenha sofrido pode manter-se confiante e pode confortar e incentivar os demais a permanecerem fieis.

Em geral, quando estamos atravessando um deserto em nossas vidas a pergunta imediata e incessante é: o que fiz de errado? Ou, o que deixei de fazer? Por que estou aqui? Dentro dessa linha de passarmos pelo deserto para que sejamos aperfeiçoados na justiça ou, para que possamos fortalecer nossos irmãos e, ou ainda para que sejamos exemplos para a gloria de Deus, a Bíblia cita outros exemplos:

·         Abel e Caim (Genesis 4.1-8): dois irmãos. Os dois foram ofertar a Deus. Caim apresentou a Deus uma oferta da sua produção. Abel, ao contrário, tirou sua oferta dos primeiros animais nascidos em seu rebanho, carne de primeira qualidade. Resultado, Deus gostou de Abel e sua oferta. Mas Caim e sua oferta não foram aprovados. Conseqüência: Caim ficou irado e matou seu irmão. O que Abel fizera de errado? Nada. Então, por que morreu? Por que Deus permitiu? Ele não estava vendo? Sim. Estava vendo. Abel morreu para nos servir de exemplo de que quando não atendemos a voz de Deus, tal qual Caim: “O pecado está à sua espera, pronto para atacá-lo. Ele o deseja, mas você pode dominá-lo” (Genesis 4.6), nos tornamos homicidas e suicidas.

·         Jó. No primeiro capítulo de seu livro, vemos o próprio Deus dando testemunho dele: justo, orava por si e pelos filhos, caso esses pudessem ter cometido algum pecado... ao final do primeiro capitulo, não tinha mais nada. Estava arrasado. E passou assim por muitos e muitos anos. Por que? Ele mesmo nunca descobriu a razão. Mas uma coisa ele descobriu dessa experiência dolorosa: “Eu tinha ouvido falar de ti com meus ouvidos, mas agora os meus olhos te vêem; portanto, detesto a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.5-6).

Não sei em que situação você se encontra. Nem em que ponto do seu deserto. Uma coisa eu sei: se optar andar sozinho, seguindo seu próprio rumo e sorte o destino é morte. Morte eterna. Separação total e eterna de Deus. Por outro lado, se optar por andar com Jesus trago boas noticias:

“Deus é forte e quer que vocês sejam fortes. Tomem tudo o que o Senhor providenciou para vocês – armas eficazes, feitas com o melhor material. Vocês terão de usá-las para sobreviver às emboscadas do diabo. Não se trata de um jogo com amigos no final de semana, uma diversão esquecida em poucas horas. É um estado de guerra permanente, uma luta de vida ou morte contra o diabo e seus anjos. Estejam preparados. Vocês lutam contra algo muito maior que vocês. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e suplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração” (Efésios 6.10-18).

Que Deus o abençoe!

E veja bem: se julgas estar firme, cuide-se para que não caia! Se está caído e derrotado, Jesus disse: “O Filho do Homem veio para dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45)

Em Cristo,

Paulo O. Junior

segunda-feira, 30 de maio de 2011

PAIS & FILHOS

Deus nos deu o privilégio e a responsabilidade de termos filhos e criá-los.  Deus poderia ter usado outro método para propagar a raça humana: “Deus os abençoou, e lhes disse: Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra...” (Gn. 1.28)
Na escala de prioridades de Deus, os filhos ocupam o terceiro lugar: Deus, cônjuge e filhos.
O primeiro requisito para ser um bom pai é ser um bom marido: “Maridos, ame cada um a sua mulher e não a tratem com amargura” (Cl. 3.19).
O primeiro requisito para ser uma boa mãe é ser uma boa esposa: “…e a mulher trate o marido com todo o respeito” (Ef. 5.36).
O tempo gasto com os filhos nos será retribuído com respeito e obediência por parte deles.
Jesus sempre dedicava tempo para as crianças, ele nunca esteve ocupado demais para não dedicar tempo para elas.  Os discípulos tentaram impedir as crianças de se aproximarem de Jesus, mas Ele as recebeu (Mc. 10.13-14).

Se quando os filhos nos procuram, estivermos "muito ocupados com coisas mais importantes" como: trabalho, estudo, igreja, tarefas domésticas e outras, é hora de pararmos e dizer “não” a algumas dessas coisas, revertendo o tempo para os filhos.
Se os pais não têm tempo para os filhos enquanto são pequenos, chegará o dia em que os filhos não terão tempo para os pais, e a colheita será tristeza e cheia de amargura.
Deus falou a Samuel: "A casa de Eli será julgada pela sua iniquidade, pois Eli não repreendeu seus filhos...." (1Sm. 3:12-14).
Eduque seus filhos desde o berço, na infância e na adolescência: “Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo” (Ef. 6.1).
SINAIS DE QUE ALGO VAI MAL: COMPORTAMENTOS E ATITUDES DOS FILHOS
Indisciplina repetidamente. Dormir mal. Dormir demais. Dormir pouco. Mau relacionamento com os outros. Comer demais. Não comer. Baixo rendimento escolar. Baixa auto-estima. Mau humor exagerado. Não querer ir à Igreja. Revoltar-se contra o ensino de qualquer natureza, inclusive bíblico e contra os ensinamentos de Deus.
O QUE HOUVE?  OS PAIS PERDERAM O PASSO DE ENSINAR
A dosagem de permissividade foi exagerada. Os pais não colocaram limites.
A dosagem para obter obediência foi exagerada. Os  pais colocaram limites exacerbados e em demasia, ocasionando revolta aos adolescentes e jovens.

NÃO HOUVE EQUILIBRIO AOS EDUCADORES


           COMO MANTER EQUILIBRIO NAS VARIAS FASES DA VIDA DOS FILHOS

                                 
"O BEBE DE ZERO A 4 ANOS"Nesta fase de bebe, eles sabem que conseguirão a atenção dos pais, com choros, gritarias, e birras, não ceda e faça o possível para desviar a atenção deles para outro assunto, rapidamente eles perderão o foco e os pais contornarão a situação.
Inicie a ensiná-los sobre o Senhor com pequenas historias bíblicas e orações curtas: nas refeições, ao levantar e ao deitar. Em breve você verá grandes transformações no coraçãozinho deles. E como fruto, os bebês começarão a orar.

“A CRIANÇA DE 5 A 11 ANOS"Nesta fase a criança joga com o poder dos pais. Jogam pai contra mãe e vice-versa. Ela testa a todo instante e em todas as situações qual dos dois vai liberar isto ou aquilo, procura os pontos fracos do casal e se aproveita para tirar vantagens, obtendo benefícios e desequilibrando o relacionamento entre pai e mãe.
Os pais devem sempre estar alertas e andarem em acordo.
Tenha o seu culto semanal e ensinem, continuamente, a Palavra do Senhor. Coloquem em prática os ensinamentos. Sejam exemplos, não só pelas palavras, mas pratiquem o que disserem.
Sempre procurem apoios bíblicos para as ordens e orientações.
  
"O ADOLESCENTE DE 12 A 19 ANOS"Fase que inspira cuidados especiais, o adolescente não é adulto e não é criança, ou é criança e é adulto. Flutua entre as duas categorias.
Adolescente vem da palavra “adolescer” que na sua raiz significa adoecer, doer, dores do crescimento.
Na educação do adolescente, há de se entender que está havendo troca de comando, e gradativa perda de poder dos adultos sobre o jovem.
Há busca incessante de autonomia e de comandar sua própria vida.
O adolescente tem milhões de dúvidas, expectativas, perplexidades, ansiedades, grandes descobertas. Hormônios em produção máxima, transformações do corpo e transformações psicológicas.
Se ele teve desde bebe e criança a apresentação do evangelho, será mais fácil superar esta fase.
Para a maioria dos adolescentes a religião só tem cobranças, "não pode isto e também não pode aquilo" Ele quer ir contra tudo e contra todos. Sua meta é quebrar regras. Transgredir tem sabor especial. Discutir a autoridade dos pais mestres é a sua regra.
 O adolescente procura ser reconhecido com alguém diferente e notável.
E qual é a saída?
Compreensão em abundancia, o máximo de dialogo, caminhar juntos, jogar juntos, participar ao máximo sem cerceá-los. Amar, amar e amar e, com sabedoria aplicar sansões justas, e não recuar na imposição de limites.
Não perca o adolescente para o mundo. Monte estratégias para dar-lhe liberdade vigiada. (reuniões festivas são muito bem-vindas; porém na sua casa; lanches, passeios com amigos da igreja. Pais: sejam os organizadores e como lideres participem.
O JOVEM ACIMA DE 20 ANOSJá tem maturidade para decidirem os seus caminhos. Porém, precisam de orientações genéricas, se foram educados com limites e com orientações bíblicas. Naturalmente procurarão a orientação dos pais, até depois de casados.

“Ensina seu filho no caminho em que ele deve andar e ainda quando for velho se lembrará dele” (Pv.22.6)


ANTONIO CARLOS CARROCINI