quarta-feira, 8 de junho de 2011

Qual tem sido o seu deserto?

A Bíblia nos aponta que Deus esteve, está e para sempre estará no controle de todas as situações e nos conduz rumo à eternidade. O fato é que neste percurso há uma bifurcação na qual todos, sem exceção temos obrigatoriamente de parar e decidir qual o caminho seguir. Um deles leva ao céu, o outro, ao inferno. Ao optarmos pelo primeiro, temos a certeza de que Jesus já trilhou esse caminho e nos promete que caminhará conosco até que completemos a jornada. Mas, se optarmos pelo segundo, a Bíblia diz: “Uma vez que eles (homens) não se importavam em reconhecer Deus, Deus desistiu deles e os deixou por conta própria. A vida deles agora é uma confusão só, um mal que desce ladeira abaixo. Eles tomam à força o que é alheio, são ambiciosos e caluniadores. Cheios de inveja, violência, brigas e trapaças, fizeram da vida um inferno... Pior ainda, premiam quem faz as piores coisas com eficiência” (Romanos 1.28-32).

Em sua primeira Carta aos Coríntios, no capítulo 10.1-13, Paulo, o apóstolo, nos relembra a história de Israel. Essa história nos revela alguns pontos importantes de observação. Paulo ressalta que a história humana nos serve de fonte de aprendizagem. Depois relembra que estamos em transição. E nessa condição passamos por vales, terríveis desertos, passamos pelo fundo do mar, passamos por águas. Mas, em todas elas, somos guiados e conduzidos milagrosamente, comendo e bebendo a comida e bebida providenciadas diariamente por Deus. E, mais uma informação. Esse percurso é o itinerário traçado por Deus para nos transportar da morte da escravidão para a vida de salvação.

No entanto, Paulo adverte que para aqueles israelitas, experimentar as maravilhas e graça de Deus não pareceu significar muito, porque muitos deles foram vencidos pela tentação no terrível deserto, e Deus não ficou satisfeito. E o resultado de tal insatisfação foi Deus espalhar seus corpos pelo deserto.

Mas não tem que ser assim. Uma vez que a história é para nos ensinar, o que ela ensina é: Precisamos estar atentos para nunca sermos apanhados trilhando um caminho próprio, como eles fizeram. Para não colocarmos o nosso coração em coisas más. Pois, os maus desejos, a murmuração, a carnalidade, os prazeres mundanos e a autoconfiança sempre nos levam à queda. Paulo, o apóstolo, diz aos romanos: “todos pecaram e não são capazes de merecer o louvor de Deus” (Romanos 3.23) e “O que as pessoas merecem com o pecado é a morte...” (Romanos 6.23a). Devido a essa condição devemos buscar pela proteção divina. Clamar pela fidelidade e misericórdia de Deus e nos assegurarmos, pela fé, às promessas de que Ele não nos permitirá sermos tentados além do que podemos suportar e que ao sermos tentados, com a tentação Ele mesmo nos providenciará o escape. Com que finalidade? De sermos capazes de suportá-la.

Esse texto diz que Deus nos proporciona o escape às tentações. Não diz que é Ele quem nos tenta. Tiago, irmão carnal de Jesus, em sua carta escreve: “Ninguém ao ser tentado diga: “Estou sendo tentado por Deus”. Deus não pode ser tentado pelo mal, e Ele mesmo não tenta ninguém. Cada pessoa é tentada ao ser arrastada e atraída pelo engano do seu desejo. Então, tendo sido concebido, o desejo dá a luz o pecado; e, quando o pecado cresce plenamente, dá à luz a morte” (Tiago 1.13-15).  A Bíblia relata episódios nos quais a presunção, o descuido, a negligência, deram ocasião ao pecado. E o pecado levou à degeneração humana, e dessa, à morte.

Adão e Eva. Deus o criou Adão à Sua imagem, conforme à Sua semelhança. Não satisfeito e atento às suas necessidades declarou: “Não é bom que a pessoa fique só...” (Genesis 2.18a) mas, não achou companhia adequada. Por isso: “Deus fez um sono profundo cair sobre a pessoa; e enquanto ele dormia, Deus tirou uma de suas costelas e fechou com carne o local de onde a tirou. Da costela que Deus tirou da pessoa, criou uma pessoa do sexo feminino; e a levou à pessoa do sexo masculino. A pessoa do sexo masculino disse: “até que enfim! Esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Ela deve se chamar Mulher, porque foi tirada do Homem”” (Genesis 2.21-23). Fato muito importante nesse texto. A palavra hebraica para homem é ish e a palavra hebraica para mulher é ishah. Ishah é mulher que foi tirada do homem. Razão pela qual o homem deve deixar seu pai e mãe e se unir à sua mulher. Pois aí, ambos se tornarão uma só carne e, mesmo nus, o homem e a mulher não se envergonham.

Mas, logo após esse glorioso episódio, a mulher sai, a serpente se aproxima, começa um longo dialogo, surge a proposta de que seriam iguais a Deus, a tentação aflora e... queda. A mulher come o fruto que lhe fora proibido e dá também ao seu marido. Nessa seqüência há uma avalanche de decadência pois, começaram a se envergonhar de estarem nus. Começaram a querer resolver e solucionar suas necessidades ao seu próprio modo. Ao invés de apresentarem-se a Deus, optaram por esconderem-se. Mas desse momento em diante o homem passou a desvalorizar a mulher. Pois de ishah chamou-na Havah (Eva) que quer dizer vida. Ou, a mãe dos meus filhos. Ou, a mãe dos seres vivos (Genesis 3.20) e essa degradação não parou por aí. Desceu até ao ponto em que Paulo escreveu aos Romanos: “... pessoas que, motivadas por sua injustiça, mantêm a supressão da verdade... apesar de saberem quem Deus é, não o glorificam como Deus, nem lhe agradeceram. Ao contrário, tornaram-se fúteis em seu pensamento; e seu coração obtuso anuviou-se. Alegando-se sábios, tornaram-se tolos!... esta é a razão de Deus lhes ter dado paixões degradantes...” (Romanos 1.18-27).

E a Bíblia segue cheia de maus exemplos:

·         Miriã e Arão (Números 12.1-10): preconceito, inveja, ciúmes, auto-exaltação, prepotência, conchavo contra a liderança de Moisés.
·         Sansão (Juízes 13-16): nascido e separado por Deus para ser Nazireu e libertador do povo de Deus. Era mulherengo, vingativo, adultero, insubordinado.
·         Davi (II Samuel 11): Usou seu poder de Rei para ser indiferente à guerra. Não se ocupou do que era bom. Com a mente desocupada, ocupou-a com a beleza da mulher de Urias: viu, desejou, pediu informações, quis conhecer pessoalmente, se deitou com ela, engravidou-a, tornou-se homicida.

Há muitos outros maus exemplos por toda a Bíblia. Todos de pessoas que cederam à tentação por estarem se sentindo: auto-confiantes, por preferirem a carnalidade e os prazeres mundanos a estarem no centro da vontade de Deus. Por decidirem pelo dialogo com o diabo em lugar de fugirem dele e resistirem-no. E, por negligenciarem o propósito ao qual Deus os tinha chamado.

Mas, há ocasiões em que Deus permite que passemos por diversas e dolorosas provações. Essas têm por objetivo sermos aperfeiçoados na justiça. Possamos fortalecer nossos irmãos e ainda para que sejamos exemplos para a gloria de Deus a exemplo do que aconteceu com Pedro, o apóstolo. Jesus lhe disse: “Simão, fique firme! Satanás fez o que pode para separar você de mim, assim como se separa a palha do trigo, mas orei por você em particular, para que você não desanime nem desista. Quando passar por alguma provação, pense em seus companheiros e fortaleça-os” (Lucas 22.21-32) e depois, o próprio Pedro declara: “Mantenham-se sóbrios e alertas! O adversário, o inimigo de vocês, aproxima-se sorrateiramente e, como leão que ruge, procura alguém para devorar. Resistam-lhe, firmes na confiança, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos tipos de sofrimento” (I Pedro 5.8-9). Só mesmo alguém que tenha sofrido pode manter-se confiante e pode confortar e incentivar os demais a permanecerem fieis.

Em geral, quando estamos atravessando um deserto em nossas vidas a pergunta imediata e incessante é: o que fiz de errado? Ou, o que deixei de fazer? Por que estou aqui? Dentro dessa linha de passarmos pelo deserto para que sejamos aperfeiçoados na justiça ou, para que possamos fortalecer nossos irmãos e, ou ainda para que sejamos exemplos para a gloria de Deus, a Bíblia cita outros exemplos:

·         Abel e Caim (Genesis 4.1-8): dois irmãos. Os dois foram ofertar a Deus. Caim apresentou a Deus uma oferta da sua produção. Abel, ao contrário, tirou sua oferta dos primeiros animais nascidos em seu rebanho, carne de primeira qualidade. Resultado, Deus gostou de Abel e sua oferta. Mas Caim e sua oferta não foram aprovados. Conseqüência: Caim ficou irado e matou seu irmão. O que Abel fizera de errado? Nada. Então, por que morreu? Por que Deus permitiu? Ele não estava vendo? Sim. Estava vendo. Abel morreu para nos servir de exemplo de que quando não atendemos a voz de Deus, tal qual Caim: “O pecado está à sua espera, pronto para atacá-lo. Ele o deseja, mas você pode dominá-lo” (Genesis 4.6), nos tornamos homicidas e suicidas.

·         Jó. No primeiro capítulo de seu livro, vemos o próprio Deus dando testemunho dele: justo, orava por si e pelos filhos, caso esses pudessem ter cometido algum pecado... ao final do primeiro capitulo, não tinha mais nada. Estava arrasado. E passou assim por muitos e muitos anos. Por que? Ele mesmo nunca descobriu a razão. Mas uma coisa ele descobriu dessa experiência dolorosa: “Eu tinha ouvido falar de ti com meus ouvidos, mas agora os meus olhos te vêem; portanto, detesto a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.5-6).

Não sei em que situação você se encontra. Nem em que ponto do seu deserto. Uma coisa eu sei: se optar andar sozinho, seguindo seu próprio rumo e sorte o destino é morte. Morte eterna. Separação total e eterna de Deus. Por outro lado, se optar por andar com Jesus trago boas noticias:

“Deus é forte e quer que vocês sejam fortes. Tomem tudo o que o Senhor providenciou para vocês – armas eficazes, feitas com o melhor material. Vocês terão de usá-las para sobreviver às emboscadas do diabo. Não se trata de um jogo com amigos no final de semana, uma diversão esquecida em poucas horas. É um estado de guerra permanente, uma luta de vida ou morte contra o diabo e seus anjos. Estejam preparados. Vocês lutam contra algo muito maior que vocês. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e suplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração” (Efésios 6.10-18).

Que Deus o abençoe!

E veja bem: se julgas estar firme, cuide-se para que não caia! Se está caído e derrotado, Jesus disse: “O Filho do Homem veio para dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45)

Em Cristo,

Paulo O. Junior

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